sábado, 5 de maio de 2007

Francesas, germânicas, carioquinhas e baratelas

A historinha começa com um espaço esquisito dentro do apartamento do jovem casal, uma espécie de nicho que poderia servir como confessionário, cyberspace ou quartinho do castigo. Eliminando estas três opções, o jovem casal chegou à conclusão de que aquele era o espaço que faltava para guardar boa parte dos livros que estavam há tempos dando um passinho à frente no escritório.

Fomos direto à Ceasa comprar as caixas de laranja (existem caixas específicas para cada tipo de verde; estas são as de laranja) que formariam nossa estante tosca-proposta, uma desculpa cool para justificar a falta de verba. Foram realmente muito baratas (quando eu digo baratas, I mean it) e estávamos esperando ter um tempinho para limpá-las, dar uma lixadinha e montá-las como estante.

Qual não foi nossa surpresa!, diria minha avó. Começamos a encontrar baratinhas pela casa. Uma aqui, outra lá, e mais outras. Foram-se alguns Rodox e reinou a chinelada. Mas as filhas da puta continuavam aparecendo. Descobri que esse é um tipo de barata pequeninho e mais praga do que as normais, e que tem vários nomes de procedência, como barata francesa, barata germânica ou carioquinha. O último que descobri, e que penso ser mais apropriado, é baratela.

Quando elas começaram a se espalhar pela casa, ficamos realmente putos. Sabe aquela sensação de nunca estar sozinho? Eu acendia a luz e fazia um scan pelo chão, parede e móveis antes de entrar. As Havaianas (veja só, outro nome de procedência) foram grandes amigas nesse período.

Partimos então para a grande batalha. Várias latinhas de Jimo Gás Fumigante (esse último nome me dá até coceira, talvez por alguma semelhança), tudo preparado, e uma longa noite fora de casa. Pouquíssimos corpos, mas durante o primeiro dia apareceram algumas moribundas que foram devidamente chineladas. Além disso, a casa ficou tomada por um pó nojento que precisou de uma faxineira e uma dona de casa furiosa (no caso, eu) para mais de um dia de limpeza. Lavar toda a louça da casa, por exemplo, dá bastante trabalho.

O problema é que, apesar de ser em pouca quantidade, elas continuaram aparecendo. No desespero supremo contratamos um Ghostbuster profissional. O cara parecia entender do assunto, usava uma roupinha muito divertida e o processo todo foi rápido e simples. Mas, de novo, corpos e moribundas continuam aparecendo. E, de novo, estamos lavando toda a louça da casa. A casa, aliás, precisa ficar “suja” por pelo menos uma semana. Não sabemos o que dá para lavar ou não. Estou com um certo nojinho da minha própria casa. Tentamos usar o forno hoje e G. quase morreu envenenado. A cozinha está praticamente interditada.

Aliás, conselho do Ghostbuster: se tiver algum problema com baratelas, é melhor não visitar cozinhas de restaurantes*.


* eu diria isso independentemente das baratelas, mas segundo o rapaz elas são a maior atração das cozinhas.

Um comentário:

Rocker Raccoon disse...

Isso me lembra O Ratinho Encrenqueiro.