segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

So goodbye, dear, and amen



As Dorothy Parker once said
To her boyfriend, fare thee well

E feliz fim desse ano maldito para você também.

domingo, 30 de dezembro de 2007

Deus pode não me amar, mas me pede chiclé

Depois de uma noite sem dormir, acordei de novo bem depois do meio-dia. E tive, dessa vez sim, sonhos muito bizarros, tão bizarros que não consigo nem colocar em palavras – como descrever aquela mistura de liteira com cesto de supermercado, coberta por um mosquiteiro, em que tive que viajar por algum motivo que agora me escapa?

Mas o mais engraçado é o que aparece depois, do nada, durante o dia. Estava limpando a casa (e isso começa pela bolsa) quando lembrei que, noite passada, Deus me pediu um chiclé. Eu olhei na minha bolsa, tirei aquele Trident de um mês atrás (fora da caixinha, todo amassado e nojento) e ofereci para ele. “Tá meio melequento, pode ser?” E ele olhou com uma cara meio de hmpf e disse “Tá, dá aqui”.


Ah, e é verdade: ele é velhinho e tem uma barba branca muito comprida. Eu vi.

sábado, 29 de dezembro de 2007

Quelle misère!, parte 2

Ano Novo em Porto Alegre?

Festinha aqui em casa. Convide-se.

Insônia




Quelle misère!

Trinta anos esta noite (Le Feu Follet, 1963), já que estávamos falando de Louis Malle. Que filme lindo. Erik Satie de trilha sonora também ajuda.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Too hot to handle

Tenho dormido 13 horas por noite e sonhado as coisas mais bizarras, de tomar o suco do cadáver de uma ex-colega de trabalho (a Magali, eu adorava ela) a camas com cinco lençóis sobrepostos ou a passagens secretas, com cenários que lembram endoscopias, para a lavanderia-cubículo da minha prima grávida. E tenho acordado com dores nas costas, mas isso pode ser da idade.

O ar-condicionado é das poucas coisas que me mantêm vivas nesses últimos dias. Porque eu posso não ter uma cama, nem um fogão, nem cadeiras, mas eu tenho um ar-condicionado. Um, não: dois*. E não é frescura, não. Eu não nasci para temperaturas tão altas. Verão em Porto Alegre e eu não consigo me mexer, não consigo pensar, nada, só perder água e sofrer à beira do desmaio.

Pois decidi hoje que a princesa vai descer da torre e vai ao cinema. Ida e volta morrendo, mas lá tem ar-condicionado. Eu ia tanto ao cinema, não sei o que houve. Certo, eu não pagava. Bem, mas antes disso eu pagava. E ia uma, duas, três vezes por semana. Faz uns dez anos. Naquela época, a CCMQ passava ciclos do Truffaut, o Guion passava ciclos do Louis Malle, e eu matava aquelas aulas de fevereiro, conseqüência da greve, para ir ao ar-condic, digo, cinema. Lembro de chegar na esquina de casa e ter duas plaquinhas: para a direita, Antropologia suada no campus do mato; para a esquerda, Truffaut geladinho na Casa de Cultura. Que dúvida.

Também preciso ir molhar plantas, dois endereços. Posso fazer disso um bico. Não tem gente que passeia cachorros? Eu molho plantas, e elas não fazem cocô na rua. Justo eu, que sempre deixei plantas morrerem porque esquecia de dar água. Mas agora não. A saudável Maria Rita está aí para provar.

Fora isso, bem, fora isso estou precisando mesmo é de uma virada. Bom momento para um Ano Novo. No meu caso, tem muito a ver com o carinhoso jeito alemão de desejar uma “boa entrada”: Guten Rutsch! (literalmente, uma “boa escorregada”). Fico pensando se, além da metáfora visual, isso tem a ver com a neve ou, melhor ainda, com o trago.

Bem, ainda preciso escolher um filme e me besuntar com filtro solar.


* repare na volta que a pessoa faz para não ter que providenciar o plural de ar-condicionado. Ok, seriam dois aparelhos de ar-condicionado, mas fica esquisito. Melhor dar a volta.

Cruel summer

Ah, os anos 80.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Certificado de tia

Fui aprovada. Sabia mais de 70% das letras no Especial Roberto Carlos.

***

Especial, aliás, que é sempre a mesma coisa, mas neste ano foi melhor do que no ano passado (aquele dos duetos, que teve até Mc Leozinho – momento em que fui obrigada a desligar a TV). Bem, o de 2007 não precisava ter Roupa Nova. A participação do Gilberto Gil foi muito esquisita, a da Alcione funcionou tri bem. Mas até agora não entendi o que a Camila Pitanga foi fazer ali. Nada contra a moça, ela não é obrigada a cantar bem (afinal ela é atriz, não é cantora), mas a troco?

Ah, sim, teve aquele começo idiota para tentar justificar a Camila Pitanga. Roberto Carlos dá uma carona para ela e confessa ser noveleiro. Os dois no carro com aquele fundinho muito fake de paisagem, quase enxerguei em technicolor. Credo.




E a mensagem final do Rei, então? O cara não tem o que dizer, esquece esse negócio de mensagem. Põe ele a cantar e fazer as caretas de sempre e pronto, é isso que precisa.

Mas rendeu vários pulinhos no sofá. Como vai você, Outra vez, Negro gato (louvando a terapia), Cama e mesa... teve até Não quero ver você triste!

***

Bem, depois de chegarem aqui pelas palavras de busca “ser brega”, acho que não preciso me explicar nem esconder mais nada.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Confessa

Todo mundo já teve sua camiseta preta de banda.

Seu velho gordo, feio e fedido!

Se me comportar direitinho não funciona, vou ter que mudar de tática. Hmpf.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Diplomada


sábado, 22 de dezembro de 2007

A senhora quer saber por que eu bebo?

Assim como eu, o Ébrio Vicente Celestino busca esquecer.

Receio eterno de uma mente sem lembranças

Conversa com ex-namorado no messenger:

21/12/2007 23:01:43 rocky raccoon bom, vou lá continuar meu filme
21/12/2007 23:02:19 ex-namorado que filme?
21/12/2007 23:02:35 rocky raccoon último tango em paris, revendo :)
21/12/2007 23:02:51 ex-namorado manteiga
21/12/2007 23:02:51 ex-namorado ponto
[…]
21/12/2007 23:08:24 ex-namorado sim... mas essa história da manteiga vou me lembrar pra sempre de ti. é até engraçado tu ter mencionado esse filme conversando comigo
21/12/2007 23:08:32 rocky raccoon ahn?
21/12/2007 23:08:47 ex-namorado a gente não viu esse filme juntos?
21/12/2007 23:08:52 rocky raccoon sim, sim

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

*suspiro*

Fable

Oh, there once was a lady, and so I've been told,
Whose lover grew weary, whose lover grew cold.
"My child," she remarked, "though our episode ends,
In the manner of men, I suggest we be friends."
And the truest of friends ever after they were
-Oh, they lied in their teeth when they told me of her!

Um doce para quem adivinhar

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Robber Raccoon

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

“Ich beherrsche die deutsche Sprache, aber sie gehorcht nicht immer”

O alemão tem várias coisas que me incomodam. Mas são deficiências minhas, não da língua. Agora, tem uma coisa que realmente não entra na minha cabeça: como pode não haver gerúndio*?

Imagine a díficil vida das operadoras de telemarketing na Alemanha.


* refiro-me a “gerúndio” no sentido de tempo verbal contínuo, tipo “estou fazendo tal coisa”.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Não, não, agora sim!

Esta é a minha preferida. O vídeo é uma bosta, nem dá para dizer que é vídeo, mas enfim. "Torpor tomou-me todo e eu fiquei sem ser mais nada". Nossa. Me arrepia.

É preciso ser brega

Orlando Silva canta minha segunda preferida: "Lábios que Beijei".

Disciplina

Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.
Eu vou me concentrar no trabalho.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O Rolomei é que entende das coisas

“Hate is not the opposite of love; apathy is. The opposite of will is not indecision – which actually may represent the struggle of the effort to decide, as in William James – but being uninvolved, detached, unrelated to the significant events. Then the issue of will never can arise. The interrelation of love and will inheres in the fact that both terms describe a person in the proccess of reaching out, moving toward the world, seeking to affect others or the inanimate world, and opening himself to be affected; molding, forming, relating to the world or requiring that it relate to him.”

Rollo May, Love and Will

Minuto de sabedoria

“It is an old an ironic habit of human beings to run faster when we have lost our way (…).”

Rollo May, Love and Will

domingo, 9 de dezembro de 2007

Até os cactos morreram.

sábado, 8 de dezembro de 2007

And that's reality

Sinto falta de acreditar em alguma coisa. Em Deus, no Papai Noel, nos livros da Zíbia Gasparetto, em Preto Velho, no Segredo, sei lá. Quem sabe a Santa Edwiges, que é grande amiga dos desempregados e endividados (fiquei sabendo hoje). Antes eu acreditava em contos de fadas, mas aí descobri que o príncipe que virou sapo que voltou a ser príncipe pode virar sapo de novo, e ninguém vive feliz para sempre. Isso poderia me transformar em uma cética amargurada, mas tem um espaço aqui sobrando que eu quero preencher.

Enfim, eu nunca acreditei nesse negócio de datas (sempre me desculpo falando isso), mas o bom é que é fim de ano e dá para fazer várias listinhas. De presentes (só para ganhar, porque para dar eu só tenho amor no momento), de coisas para fazer em 2008, de coisas para parar de fazer em 2008, de coisas para comprar (o apartamento é grande e a lista é longa)... E ainda tem desculpa para calcinhas novas! E para encher a cara de champagne, o que é sempre bom.

Falando em encher a cara, com licença. Vou ali perder a compostura numa festa jovem.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Well now that's done

"She turns and looks a moment in the glass,
Hardly aware of her departed lover;
Her brain allows one half-formed thought to pass:
'Well now that's done: and I'm glad it's over.'
When lovely woman stoops to folly and
Paces about her room again, alone,
She smoothes her hair with automatic hand,
And puts a record on the gramophone."


T. S. Eliot, The Waste Land

A well-worn story

Hey lordy mama

Tell me what you gonna do.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A dream lies dead

A dream lies dead here. May you softly go
Before this place, and turn away your eyes,
Nor seek to know the look of that which dies
Importuning Life for life. Walk not in woe,
But, for a little, let your step be slow.
And, of your mercy, be not sweetly wise
With words of hope and Spring and tenderer skies.
A dream lies dead; and this all mourners know:

Whenever one drifted petal leaves the tree-
Though white of bloom as it had been before
And proudly waitful of fecundity-
One little loveliness can be no more;
And so must Beauty bow her imperfect head
Because a dream has joined the wistful dead!


Dorothy Parker

terça-feira, 4 de dezembro de 2007